O começo

Chegámos! Há dois dias, é certo, mas só hoje houve disponibilidade e vontade para redigir o primeiro post sueco. Por isso e sem delongas, aqui fica o registo do começo da aventura: Porto. Primeiro passo, check-in. Agreste. Todos nós fomos contemplados com excesso de peso na bagagem e como tal tivemos que desembolsar 8 euros por cada quilito a mais. Eu e o Risota safamo-nos bem, apenas com 1kg cada. Já o Ninja e o Henrique bateram recordes, o primeiro com 17kg e o segundo com 21kg. Continhas feitas, os euros voaram primeiro que nós. Para compensar, o sol resolveu brilhar quase tanto como nós (cof cof) e ofereceu um resto de tarde bem animador, com o pôr-do-sol a ficar presente na retina bem como a nódoa na t-shirt branquinha do Suso do leite com chocolate. Bom presságio. Descolámos às 21h e 20 em direcção a Londres, com 5 minutos de atraso, mas sem pressas, pois a noite iria ser longa, visto que a ligação para Estocolmo só seria continuada às 8h e 35 do dia seguinte. Voo tranquilo, nada a registar. Em Stansted, fila para mostrar os passaportes e seca para ter as malas. Tudo de feição para queimar tempo. De malas aviadas, e deslocando-nos para qualquer parte do aeroporto onde pudéssemos abancar, observamos um senhor de cartão na mão e olhar expectante com o seguinte escrito: Prof Needs. Comentário pronto e sagaz do Henrique: What professor needs, professor gets. Risada geral. Depois de uma volta no aeroporto e de ver sem exagero mais de 50 pessoas a dormir no chão, optámos por repousar num café por lá aberto. Deu para tudo. Comer, cartas (adivinham o jogo?), engonhar, engonhar, e até passar pelas brasas deitado no banco do café (falo por mim). Pelo meio, ainda houve tempo para pôr 10 pence numa máquina que continha uma pilha de moedas onde a chegada de qualquer novo objecto despoletava a queda de várias moedas ou pelo menos, a ilusão era essa. Mentes analíticas e pouco dadas ao confio da sorte, pensámos porque não ajudar a mesma? Assim sendo, nada como um ligeiro cheirinho (perceba-se empurrão algo violento) na máquina aquando da queda da nossa moeda, o que provocou um barulho estridente nesta (TILT!!!) mas possibilitou a queda de duas moedas de 10 pence. Muita manha. Noite ganha.

Às 5h da manhã e já de dia o Ninja e o Henrique decidiram diminuir o peso das suas malas, sem milagres, sem perdas apenas tendo em atenção que a bagagem (teoricamente só uma) que vai connosco no avião, não conta para o peso da restante. Assim, e depois de muita ginástica, mochilas a abarrotar e um casaco que parecia um saco de batatas, as multa de excesso de peso diminuíram, com destaque para o Ninja, que pagou menos de metade em relação primeiro voo. Engenharia pura.

Uma nota solta, água gaseificada, esqueçam. Still water, sofrível…

Com a hora do segundo voo a aproximar-se, só um pensamento ocupava a nossa mente: não, não eram vocês aí em Portugal, …, não, também não eram as suecas, mas sim, chegar a tempo de levantar a chave dos apartamentos na universidade. Deadline, 16h.

Pouco depois das 8h e 30, já estávamos a (per)correr o caminho para o avião. Vento fresco (augúrio do que nos espera). Alma quente. Toldados à nossa vontade, os ventos lá de cima ajudaram, aterrámos com 15 minutos de avanço em relação ao previsto. Autocarro para Estocolmo, Tunnelbana(metro) para a KTH, às 15h já rejubilávamos com as chaves nos dedos. Etapa final, encontrar a residência. Depois de uma hora às voltas e de alguns enganos (induzidos por gente alheia) lá descobrimos o nosso novo lar para os próximos 6 meses. Não existem forças para limpezas, há que ir às compras. Jantar também não há, muito menos vontade de o fazer. Optamos por experimentar um restaurante típico de cá: McDonalds.

Totalmente estoirados e podres de sono, com aulas às 9h no dia seguinte, decidimos fazer o que se impunha: sair. Pouco vimos, o discernimento já falhava. Mas andámos, em demasia até. Às 23h já estávamos nos quartos.

Dia em cheio. Começo auspicioso. Isto promete, e as suecas também...

Hej hej!