Passagem de Ano 2006-2007

Após uma visita relâmpago a Portugal apanhámos o comboio em direcção a Kiruna, cidade que se situa acima do Círculo Polar Ártico. Esperavam-nos 17 horas de viagem. Com tanto tempo pela frente decidimos por a leitura em dia, títulos como “Eu, Carolina”, “Eragon” e “És o meu segredo” ocuparam-nos durante várias horas. Infelizmente, insuficientes para a viagem toda. Decidimos jogar Poker para matar tempo. Entretanto, nas estações em que havia neve saímos para aproveitar todos os flocos possíveis. No final da noite conseguimos adormecer. Tarefa complicadíssima pois os bancos do comboio não eram nada confortáveis.

Na manhã seguinte acordámos com uma paisagem totalmente branca, para reforçar este cenário magnifico a neve caía sem parar. Com uma gestão financeira extremamente apurada decidimos ir a pé à procura da pousada de juventude, Yellow House. Depois de alguns percalços lá encontrámos a “Casa Amarela”. Ao chegarmos tivemos uma bela surpresa, o checkin era por volta das duas da tarde. Com mais de um par de horas de espera fomos para o sofá reflectir de olhos fechados. Já com as chaves na mão fomos ver como era o nosso quarto. Dois beliches, uma cozinha com frigorifico, 2 mesas, seis cadeiras e uma televisão com três canais suecos, melhor do que estávamos à espera. Depois de arrumarmos as nossas roupas iniciámos a busca por um supermercado, esta tarefa viria a revelar-se árdua já que dia 31 à tarde não estavam muitas lojas abertas. Aproveitámos a caminhada para praticar um dos desportos mais conhecidos, “Guerra de Bolas”. Com o jantar comprado, a ceia da passagem de ano iniciou-se, desta vez sem camarões mas com pizzas. Com o estômago composto fomos procurar o hotspot da noite. Vagueámos um pouco por toda a cidade sem grande sucesso. Regressámos a casa para nos aquecermos (com álcool). A meia-noite foi passada com uma animação elevadíssima. Eu e o Risota, sedentos de mais animação seguimos para a discoteca mais próxima. Como é normal neste país do norte por volta das três a discoteca preparava-se para fechar as portas. Inconformados, fomos perguntando às pessoas se havia mais alguma discoteca aberta. Depois de duas horas de contactos intensivos e infortúnios, decidimos que o melhor a fazer era regressar a casa.

No primeiro dia do ano acordámos por volta das 10, mesmo a tempo do pequeno-almoço. Aproveitando a claridade matinal fomos passear pela cidade. Acompanhados de uma mini prancha, experimentámos as descidas acentuadas de Kiruna. Mais queda menos queda a nossa confiança nunca foi abalada. Seguimos em direcção à Igreja de Kiruna. Um dos edifícios mais velhos da cidade e considerado o mais bonito da Suécia em 2001, inspirada numa cabana Sami. Passámos pelas informações turísticas para organizar o próximo dia. Ficou combinado uma visita à mina LKAB e uma ida ao famoso hotel do gelo. Voltámos para casa, mas antes de ir dormir, já com noite cerrada, um de nós teve a brilhante ideia de ir encontrar os lagos para ver se estavam congelados. Depois de uma procura intensa e com o nevoeiro a levantar-se voltámos para o quarto.

Às seis da manhã já estávamos acordados. Sacos arrumados, casa limpa, fomos tomar o pequeno-almoço. Por volta das nove apanhámos o autocarro que nos levou à mina. Descemos uns bons metros até o autocarro parar. Capacetes na cabeça e estávamos prontos para as explicações da guia. Filme introdutório, mais esclarecimentos de como a mina era explorada, continuámos em direcção aos veículos, todos eles muito pequeninos. Pausa para um café. Em seguida ofereceram-nos lembranças da mina, bolinhas de ferro, não muito valiosas, já que uma tonelada de ferro ronda os 60€ segundo a nossa guia. Para terminar ainda houve tempo para visitar o museu. Voltámos para a superfície por volta do meio-dia. Almoçámos à pressa porque tínhamos outro autocarro para apanhar. Seguimos em direcção à paragem, do outro lado da rua ficava a câmara municipal, com um relógio enorme. Também este edifício, segundo a guia da mina, tinha sido eleito o edifício mais bonito da Suécia. Já no Ice Hotel, em Jukkasjärvi visitámos o máximo de suites possíveis, fomos também ao Ice Bar, infelizmente não foi possível ver a capela com calma porque se estava a realizar um baptizado. Com os principais pontos de Kiruna visitados regressamos à estação, completamente exaustos. Como podem imaginar, a viagem de regresso foi bastante tranquila!