O final

Inevitável. Como tudo o que principia.

Criado de um modo ingénuo e sem grandes expectativas, não fazíamos ideia do poder que iria ter: capaz de influenciar a rotina de muitos, foi, através de cada palavra e/ou imagem, um veículo de emoções. Enérgico e intenso. Constituiu, como se pretendia, um espelho fiel (na medida do possível) das peripécias em terras nórdicas.

No futuro, quando a lei do esquecimento impuser a sua força nas nossas memórias de Erasmus, estaremos descansados, pois o porto seguro, o nosso relato fidedigno dos sentimentos dessa época, encontrar-se-á aqui. Imutável. Genuíno.

Esse mérito é vosso, deram vida a este espaço com visitas, comentários, à medida que “exigiam” constantemente novidades e actualizações. Por isso, o nosso sincero agradecimento.

Só resta escrever o que já todos sabem… O blog, e só ele, acaba, persistindo, aqui.

Até sempre!

Chegou a minha vez

Cheguei a casa. Depois de uma viagem algo cansativa, com meia dúzia de horas vividas no aeroporto de Londres, cheguei a casa.

Ainda com o som do Jazz da última noite a tomar-me o inconsciente, relembro tudo. Relembro as pessoas, os momentos, as sensações, as emoções, a vida. Relembro que nunca mais vou viver nada igual. Relembro ainda que julgava resistir a isto tudo...

Viver esta última semana com despedidas diárias foi um sacrifício merecido. Jantares consecutivos em Lappis e momentos vividos como se fossem os últimos deixam-me agora com uma melancolia invulgar. Fico de rastos, quando falo agora com as pessoas que ficarão mais uns meses na Suécia, e saber que não vou poder estar amanhã com elas.

Agora na calma nostálgica do meu leito, sinto tudo tão admirável e soberano. Não pelos momentos bons ou maus que se passaram, mas pela maneira com que conseguimos lidar e fazer parte deles. Toda estas experiências deixaram em mim uma cicatriz eterna.

Chegou a minha vez. A todos vocês e principalmente aos outros 3 autores deste blog, por terem sido a minha família todos os dias, deixo aqui o meu muito obrigado.

Perdoem-me se sinto que acabou uma fase da minha vida, ao invés de começar uma nova.